Estudos relacionam áreas verdes com redução na ansiedade e depressão, aumento da imunidade para crianças, alívio à solidão nas cidades para adultos e até ao aumento da inteligência. A busca por atividades de lazer ao ar livre ligadas ao contato com a natureza traz inúmeros benefícios. Para ajudar na escolha de lugares interessantes que podem ser visitados no estado de São Paulo, apresentamos uma lista, criada pela Secretaria da Cultura e Economia Criativa do Estado de SP, com dez patrimônios ambientais tombados.
De acordo com a Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente, o Estado de São Paulo possui 5.670.532 hectares de vegetação nativa em vários estágios de recomposição. A área equivale a 22,9% do território paulista. Confira abaixo alguns dos espaços que resguardam o verde. Além de parques urbanos, trilhas, campings e até a Nascente do Rio Tietê estão presentes na lista.
Bosque dos Jequitibás
Localização: Entre as Ruas Coronel Quirino, General M. Salgado, Uruguaiana e Pedro Álvares Cabral – Campinas
O Bosque dos Jequitibás foi criado em 1884 por Francisco Bueno de Miranda que manteve grande parte da vegetação existente. No começo do século, realizou obras como a abertura de alamedas e definição de áreas para piqueniques, viabilizando sua utilização pelo público, como era a sua intenção. Sem o consentimento da companhia de ferro-carril local, implantou o transporte de bondes sobre trilhos, à tração animal, que teve de ser desfeito, levando o proprietário a oferecer o imóvel à prefeitura que o adquiriu em 1915.
Situado no centro da cidade de Campinas, em área totalmente urbanizada, o Bosque, de aproximadamente 10 ha, remanescente da flora original da região, permanece pouco alterado em sua composição arbórea, apesar da introdução de outras espécies vegetais. Possui uma nascente de água que alimenta um pequeno lago, no qual há uma ilha, um pequeno zoológico, além de museus, teatros e bares.
Chácara Tangará – Parque Burle Marx
Localização: Av. Marginal do Rio Pinheiros – bairro: Morumbi
Trata-se de área remanescente de antiga fazenda da família Pignatari, com 482 m2, situada na Marginal do Rio Pinheiros. O Parque Burle Marx, antiga Chácara Tangará, possui mancha expressiva de mata, onde predomina cobertura vegetal de porte arbóreo, sendo uma parte composta de mata secundária em estágio avançado de recuperação, caracterizando-se como um dos últimos testemunhos da Mata Atlântica de planalto na área urbana de São Paulo.
Nela encontram-se, além dos jardins do paisagista Burle Marx, construções de autoria do arquiteto Oscar Niemeyer. Para fins de tombamento foram consideradas apenas as duas manchas de mata nativa em melhor estado de conservação e os jardins projetados por Burle Marx.
Maciço de Juréia e Rio Verde
Localização: Praia da Juréia – Iguape
O Maciço da Juréia, situado no centro do litoral sul do Estado de São Paulo, é um dos maciços costeiros, topográfica e paisagisticamente, mais expressivos e melhor preservados entre todos os conjuntos similares existentes em diversos pontos da fachada Atlântica do Sudeste do Brasil.
Similar a outros casos de paleo-ilhas continentais, e até mesmo paleo-arquipélagos, transformados em maciços costeiros salientes e relativamente isolados, o bloco serrano da Juréia interrompe localmente uma linha de costas baixas, onde predominam extensos setores de sedimentação, contendo praias-grandes e planícies costeiras poligênicas, dotadas de maior ou menor grau de interiorização. Possui, assim, individualidade geológica e morfológica própria, além de uma notável biomassa vegetal representativa da província florestal das matas atlânticas.
Além do Maciço, delimitado a partir da cota altimétrica de 20 metros, inclui-se neste tombamento todo o curso do Rio Verde até sua foz, área está situada entre as coordenadas UTM 7.287,00-7.280,00 kmN e 278,00-266,00 kmE.
Nascente do Rio Tietê
Localização: Bairro de São Benedito
O compartimento de drenagem onde se alojam as nascentes do Rio Tietê caracteriza-se por feições geomorfológicas enérgicas, declividades elevadas e amplitude topográfica absoluta superior a 500 m. Está situada no reverso imediato da Serra do Mar, em importante zona para a preservação de mananciais, sujeita à grande vulnerabilidade erosiva e prestando-se à reconstituição da cobertura florestal, devendo ter se comportado como um dos refúgios para a Mata Atlântica nos períodos de climas secos do quaternário.
A área tombada, localizada entre as coordenadas UTM 7.395,00-7.389,00 kmN e 418,00-426,00 kmE, constitui-se de dois retângulos, um maior, de aproximadamente 48 km², que inclui os dois flancos do grande conjunto montanhoso da Pedra Queimada, ao norte do Vale do Tietê, assim como as cabeceiras do próprio Rio Paraitinga, no quadrante sudeste.
O tombamento desta área maior se fez com vistas a uma ordenação do espaço rural da região serrana, objetivando preservar e manter os formadores extremos do Rio Tietê. O retângulo menor, inscrito no primeiro e de área igual a 2 km², está destinado à preservação integral da cabeceira extrema deste rio.
Parque das Monções
Localização: Av. Marginal e Ruas dos Bandeirantes, José Bonifácio e Antônio Mangato – Porto Feliz
O Parque das Monções localiza-se às margens do Rio Tietê, no antigo Porto de Araritaguaba, nome dado à antiga povoação. No século XVI, deste porto partiam paulistas em busca de índios a serem escravizados e, mais tarde, foi utilizado pelas monções, financiadas pelo governo ou por particulares, que seguiam em direção ao interior da colônia em busca do ouro.
A área tombada abrange terrenos situados nas duas margens do Rio Tietê, incluindo o antigo Porto das Monções, de propriedade da Secretaria da Fazenda, em uma de suas margens e, na outra, fronteira ao porto, uma faixa de terra com as dimensões de 600 m de comprimento, por 120 m de largura, de propriedade particular. No parque encontram-se, além do porto, um muro de pedra, densa vegetação e um monumento projetado por Amadeu Zani.
Parque Estadual do Jaraguá
Localização: Parque Estadual do Jaraguá, Osasco
O Pico do Jaraguá é, na verdade, um grande acidente remanescente da superfície das Cristas Médias, de De Martonne, ou Japi, de Fernando Flávio Marques de Almeida, sustentada por uma mancha triangular de quartzitos extremamente resistentes, quatrocentos metros acima dos vales regionais, destacado por uma erosão diferencial que desgastou mais rapidamente os filitos, micaxistos e anfibolitos adjacentes, filiados ao grupo São Roque.
O afloramento de quartzito ocorre entre 200 e 950 m de altura, sobressaindo-se ao longe na paisagem pois os seus solos pobres e ácidos geram uma vegetação mais rala, com a floresta abrigando-se nos grotões. Acima de 1.050 m, irrompem paredões abruptos e desnudos de 50 a 80 m que se exibem na face leste, extremidade N-NE. É um dispersor regional da drenagem que se apresenta radial, em torno do acidente quartzítico.
A perenidade dos mananciais depende, neste caso, do armazenamento das águas exercido, principalmente, pelos solos e formações superficiais, facilmente eliminados se removida a vegetação original. A grande proeminência do Jaraguá baliza o setor noroeste da capital paulista, que ocupou preferencialmente as colinas e espigões mais suaves da Bacia sedimentar de São Paulo e de onde se pode divisar sempre a sua silhueta característica.
Pedreira de Varvitos – Parque Varvitos
Localização: Bairro Alto – Itu
O varvito é uma rocha de origem sedimentar glacial ou lacustre, composta por uma sucessão de camadas argilosas e siltosas, de coloração diferenciada ligada à variação sazonal. Sua estrutura indica uma ritmicidade entre siltitos cinza claros e folhelhos mais escuros, com maior porcentagem de matéria orgânica, resultado da oscilação entre épocas frias e quentes.
Os varvitos de Itu, localizados na Chácara da Pedreira, são característicos da formação Itararé, Grupo Tubarão, formados entre o período carbonífero superior e o permiano médio, de 270 a 350 milhões de anos. As camadas delgadas se alternam em espessuras que variam desde poucos milímetros a vários centímetros, tornando o varvito um tipo de rocha de beleza original, muito utilizado como revestimento de piso em residências. A área tombada corresponde a uma antiga pedreira desativada, de onde era extraída a rocha.
Reserva Florestal do Morro Grande
Localização: Bairro de Caucaia – Cotia
O tombamento das matas que compõem a Reserva do Morro Grande inclui a totalidade do imóvel, patrimônio da Sabesp e, em seus limites norte e sul, as represas de Cachoeira das Graças e Pedro Beicht, situadas nas bacias inferior e superior do Rio Cotia.
Do ponto de vista geomorfológico, ocupam faixas de morros de baixa e média alturas, intercaladas com pequenos maciços graníticos ou granítico-gnáissicos, superficialmente sujeitos a uma profunda e generalizada decomposição de rochas.
No aspecto paisagístico e ecológico, representam uma das últimas massas florestais nativas da região metropolitana de São Paulo, particularmente do vetor oeste-sudoeste e, por isto mesmo, importante área de refúgio da fauna das matas tropicais, ameaçada de extinção. A área tombada situa-se entre as coordenadas UTM 7.365,00-7.385,00 kmN e 305,00-295,00 kmE.
Rocha Moutonnée – Parque Rocha Moutonnée
Localização: Estrada Vicinal SP 79 – Antiga Chácara Guaraciaba – Salto
De rara beleza e grande interesse geológico, histórico, científico e turístico, a Rocha Moutonnée constitui corpo de rocha saliente, cuja superfície mostra estrias e caneluras produzidas pela ação erosiva do material transportado por antigas geleiras. A denominação vem do termo francês que significa “assemelhada à forma de carneiro”. A rocha situa-se no contato do embasamento pré-cambriano com os sedimentos da formação Itararé, do grupo Tubarão. Tal embasamento, representado pelas rochas do complexo Amparo encontra-se intrudido por um corpo granítico de coloração rosada, formado a 540 milhões de anos, que compõe a Fácies Itu.
A importância da rocha deve-se ao fato desta registrar a ocorrência de antigas glaciações no planeta, na época em que o hemisfério sul apresentava um único continente – o Gondwana. A rocha tombada foi descoberta em Salto, em 1946, pelo geólogo Mager Gutmans, do Instituto Agronômico de Campinas. Situa-se no ponto definido pelas coordenadas UTM 7.432,50 kmN e 265,00 kmE.
Serra do Boturuna
Localização: Altura do km 30 da Estrada dos Romeiros – Pirapora do Bom Jesus
A Serra do Boturuna, habitualmente chamada de Voturuna, compreende uma área entre a Bacia de São Paulo e a Depressão Periférica Paulista, inserindo-se, assim, no contexto das serranias de São Roque. De grande valor paisagístico e importante área natural remanescente, este monte quartzítico situa-se a menos de 50 km do centro da metrópole paulistana.
Dotada de solos pobres, densas florestas de encostas fragilmente implantadas e recursos hídricos representados por torrentes radiais, esta serra caracteriza-se pelo tipo de mata do domínio das florestas atlânticas de planalto e por ser refúgio forçado da fauna regional, devido à devastação e ocupação intensiva dos espaços que a circundam.
A área tombada é definida por um polígono irregular com eixo maior de 6.900 m (comprimento) e eixo menor de 2.300 m (largura), envolvendo terras dos municípios de Santana de Parnaíba, Pirapora do Bom Jesus e o distrito de Araçariguama, em São Roque. Situa-se entre as coordenadas UTM 7.409,00-7.406,00 kmN e 300,00-292,00 kmE.
Via CicloVivo.